Revista Spot
Agosto 7, 2023
Em 2020, e com a pandemia a abrandar a recolha de óleo alimentar usado no setor HORECA, a EcoMovimento lançou o Oleão Gota, um equipamento desenvolvido para a recolha de óleos alimentares usados produzidos no setor doméstico, uma aposta que permitiu tratar 1 milhão e 200 mil litros deste composto. Economia circular, reciclagem em biodiesel e redução do impacto ambiental, numa cadeia que continua a ganhar força com esta fase crucial de recolha. São já 1000 os Oleões Gota espalhados por Portugal e prometem continuar a aumentar…
Reverter o rumo da história
Produzido em plástico reciclável, o Oleão Gota tornou-se ponto de partida para uma nova fase desta empresa de Operação e Gestão de Resíduos que quer continuar a tornar o hábito de reciclar óleo alimentar tão normal como o de reciclar plástico, vidro ou cartão.
Depois de uma sólida presença no setor da restauração, ‘entra’ agora na casa dos consumidores. Com a recente concessão da Lipor, a EcoMovimento prepara-se para trabalhar com 1 milhão de cidadãos dos oito municípios associados ao Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, ou seja, cerca de 10% daquilo que são as necessidades de recolha de óleos alimentares usados do setor doméstico em Portugal. “Fazemos a recolha doméstica de Leiria para Norte. O objetivo é crescer de uma forma sustentada que nos permita continuar a assegurar uma recolha de qualidade.”, revela Hugo Rocha, responsável pela EcoMovimento.
A importância da sensibilização
Quando estudos nos revelam que um litro de óleo polui um milhão de litros de água percebemos que qualquer litro de óleo alimentar usado reciclado faz a diferença. Segundo a Quercus, por cada tonelada de óleo alimentar usado que é reciclada, consegue evitar-se a emissão de cerca de 14 toneladas de gases com efeito estufa em comparação com a mesma quantidade encaminhada para os aterros sanitários. De pais, para filhos, a sensibilização nas escolas continua a ser um veículo importante, mas a EcoMovimento acredita no poder de uma comunicação integrada a chegar a todos os consumidores. Também por isso os completos pictogramas vão desmistificando todas as dúvidas e dando as informações necessárias para um correto tratamento dos óleos alimentares usados (OAU). “Queremos que o processo seja simples, mas que as pessoas percebam algumas regras essenciais: Deixar arrefecer o óleo, colocá-lo numa garrafa de plástico, retirando, se possível, possíveis restos de comida, e colocar no oleão mais próximo. No oleão nunca deve ser despejado o óleo diretamente, nem colocados outros resíduos que não óleo alimentar usado, de forma a evitar uma possível contaminação.”, explica.
Transformar o OAU em biodiesel
Qual o destino deste composto? A equipa de recolha da EcoMovimento recolhe os óleos alimentares usados encaminhando-os para a sua unidade de produção, onde o OAU é tratado e refinado, sendo posteriormente encaminhado para centros de tratamento onde este é, maioritariamente, transformado em biocombustível. “O biodiesel é uma energia mais limpa em emissões, com um claro benefício para o ambiente. As normas europeias são cada vez mais animadoras, prevê-se que a quantidade de biocombustível a incorporar no diesel vá aumentar, estando esta ação sempre limitada à disponibilidade de óleo alimentar usado.”, refere Hugo Rocha.
Um impacto de futuro
No ano passado a EcoMovimento cresceu cerca de 40% no volume de óleo alimentar usado processado. O desafio passa agora pela crescente sensibilização da população, assumindo, os Municípios, um papel preponderante nesta tarefa. Aumentar a rede de recolha doméstica, industrial e em canais como o setor HORECA continua a ser o caminho de uma empresa que acredita que através de pequenos grandes passos se constrói a verdadeira mudança e consciencialização ambiental por um planeta mais justo e mais verde.
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